Superman: Força e Honra Capítulo 1
O S Vermelho
Metrópolis, 07 de agosto de 2016. O calor do verão sufocava Metropolis, o ar tremendo sobre o asfalto quente. Clark Kent tropeçava no Planeta Diário, o terno frouxo, os óculos tortos, um jornalista novato com sotaque do Kansas. Aos 27 anos, ele carregava o pulsar no peito — grave, baixo, como naquela noite de primavera, 12 anos atrás, no telhado do celeiro. Ele salvava alguns em segredo: um carro desgovernado, um incêndio à noite, sempre nas sombras, sem nome. Mas o cristal no bolso parecia quente, pedindo algo que ele temia.
No escritório, o caos reinava. Perry White, editor-chefe, gritava da sua sala.
— Kent! Lane! Quero uma matéria sobre esses vigilantes até amanhã! A Lei Charlton proíbe heróis sem registro, e Metropolis tá virando circo! — Ele bateu na mesa, jornais voando.
Lois Lane, ao lado, revirou os olhos, digitando furiosamente.
— Perry, a Lei Charlton é um dinossauro. Vigilantes existem, quer você goste ou não.
Jimmy Olsen, com a câmera pendurada, entregou um café a Clark.
— Relaxa, novato. Perry só morde antes da deadline.
Clark sorriu, ajustando os óculos, o pulsar zumbindo.
Ele precisava sair, respirar. Perry o mandou ao Centennial Park buscar fontes para matéria, e ele obedeceu, aliviado.
O parque era um refúgio verde no concreto, cheio de famílias, turistas, e vendedores com camisetas de um “S” vermelho que ninguém entendia ainda — um símbolo nascido de rumores, de salvamentos sem rosto nas ruas escuras de Metropolis. Clark parou perto de uma fonte, o suor escorrendo na nuca. Ele não queria ser um herói público. Não agora. Mas o pulsar começou a crescer, e então o céu se abriu.
Um brilho metálico rasgou as nuvens, rápido, silencioso, até explodir num rugido. Um drone — não humano, com tentáculos de energia — caiu no parque, cortando estátuas como papel, arrancando árvores. Gritos ecoaram, e um clarão prateado cortou o ar. O Capitão Átomo, um herói registrado da ARGUS, flutuava, sua armadura brilhando. Produto de um experimento militar quântico, ele era a resposta da Lei Charlton a vigilantes.
— Evacuem! — gritou, disparando rajadas quânticas azuis. O drone desviou suas rajadas de energia, os tentáculos adaptáveis absorveram a energia, e contra-atacou, lançando Átomo contra uma fonte, que explodiu em cacos.
Clark correu para um beco, rasgando o terno. O uniforme azul brilhou, o “S” vermelho como fogo contra o céu de verão. Ele voou, a super-audição captando o zumbido mecânico do drone, os batimentos acelerados da multidão. O Superman colidiu com a máquina, o impacto criando uma onda de choque que quebrou janelas. Um tentáculo chicoteou, rasgando seu uniforme, mas ele desviou com super velocidade, o vento assobiando. O Capitão Átomo se levantou, sangue na armadura, e disparou outra rajada, distraindo o drone.
— Quem é você? — gritou Átomo, entre rajadas.
— Alguém tentando ajudar — respondeu Clark, socando o drone, o metal amassando com um estrondo. — Você já viu algo assim? — gritou Clark, socando o drone, o metal amassando com um estrondo.
— Não desde 2005. E aquilo custou caro — respondeu Átomo, a voz tensa, mirando outra rajada.
Um tentáculo mirou Átomo, mas Superman o puxou, salvando-o por um triz. Átomo acenou, relutante, e os dois sincronizaram: Átomo criou um campo quântico para conter os tentáculos, enquanto Superman girava no ar, socando o núcleo do drone.
Átomo flutuou até ele, o rosto sério.
— Você não tá registrado. A Lei Charlton proíbe isso. Quem é você?
Clark hesitou, o pulsar zumbindo.
— Só alguém que quer ajudar. — Ele voou, sumindo no céu, deixando Átomo com mais perguntas.
No Planeta Diário, Lois Lane via tudo pela janela, o café frio na mão.
— Jimmy, pega a câmera — disse, correndo pra porta. — Esse cara é mais que um vigilante. O Capitão Átomo falhou, mas ele não.
Jimmy tropeçou atrás.
— Lois, ele salvou o parque!
— E vamos chamá-lo de Superman — ela retrucou, anotando a palavra que mudaria Metropolis.
Na prefeitura, Lex Luthor, vice-prefeito, assistia num tablet, o rosto calmo. O prefeito Harrison Wells, ao lado, gritando ordens. A Lei Charlton era uma âncora, e a falha de Átomo provava isso. Lex falou baixo, com um brilho frio.
— Senhor prefeito, até heróis registrados falham. Metropolis precisa de força, não de leis velhas. Esse… herói... pode ser útil. — Ele sorriu, os olhos no “S” vermelho, sabendo dos rumores que já circulavam. — Por enquanto.
Clark voltou pro beco, o terno mal abotoado, o pulsar zumbindo. Ele pensou nos salvamentos nas sombras, na luta com Átomo, e no cristal que parecia vivo. O céu de agosto ardia, e Metropolis gritava “Superman,” um nome que Lois Lane acabara de dar. Mas Clark Kent só sentia perguntas.
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