Noites Sangrentas Capítulo 1
Os Vestígios do Mal
O cheiro de sangue invadiu suas narinas, forte, como uma nuvem escura que se espalhava pela casa. Carlos parou na porta, sentindo o peso no ar. A lanterna em sua mão tremia levemente, e ele se forçou a tomar uma respiração profunda antes de atravessar o corredor.
Jonathan Carvalho, novato na equipe, parecia tentar esconder o nervosismo enquanto o seguia. Ele apertava a prancheta com tanta força que parecia que ela poderia se partir a qualquer momento, como se isso fosse de alguma ajuda para enfrentar o que estava prestes a ver.
“É brutal”, murmurou Jonathan ao avistar o corpo.
Carlos não respondeu. Ele se ajoelhou ao lado da vítima e focou nos ferimentos no ombro, analisando-os com precisão. As marcas eram profundas e irregulares, e o sangue seco formava padrões inquietantes na pele.
“Que tipo de ferida é essa?”, perguntou Jonathan, mantendo uma distância segura.
“Não é arma branca”, disse Carlos, iluminando melhor a ferida com a lanterna. “Isso é uma mordida.”
Jonathan franziu a testa, perplexo. “Uma mordida? De um animal?”
“Talvez”, murmurou Carlos, inclinando-se mais perto, seus olhos fixos nas bordas das marcas. Uma sensação gelada percorreu sua espinha, mas ele ignorou.
A sala parecia engolir a luz da lanterna, absorvendo qualquer vestígio de clareza. Jonathan continuava falando, mas Carlos não ouvia. Seu foco estava em algo mais. O cheiro de sangue estava mais intenso, quase como se estivesse invadindo seus sentidos de uma maneira... quase palpável.
“Carlos?” A voz de Jonathan soou distante, quebrando o silêncio.
“Sim?”, respondeu ele, piscando, como se saísse de um devaneio.
“Você está bem? Parece... fora do ar.”
Carlos balançou a cabeça, afastando o comentário. “Longa noite”, respondeu, sem olhar para Jonathan.
Quando chegaram ao corredor, onde o segundo corpo estava, Jonathan parou abruptamente, derrapando para evitar cair com a lanterna.
“Isso é...” Jonathan engasgou, a voz falhando.
“Pessoal”, disse o Capitão, entrando logo atrás deles. “Nada de especulações. Quero respostas claras.”
Carlos não respondeu, seus olhos fixos nas marcas na parede. Pareciam garras, mas não fazia sentido. Ele passou a mão pelo rosto, tentando se concentrar. Uma dor de cabeça leve começou a surgir.
“Carlos?”, insistiu Jonathan.
“Estou bem. Vamos continuar.”
No carro, o silêncio pairou entre eles por alguns minutos. Jonathan observava Carlos, o rosto sério, os olhos fixos na estrada. Finalmente, ele falou.
“Você acha que foi um animal?”
Carlos apertou o volante, seus pensamentos longe. “Não sei.”
Jonathan olhou para as mãos de Carlos, notando que ele roía a unha do polegar, um sinal claro de nervosismo. Mas Jonathan se calou, não querendo comentar.
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Obrigado por fazer parte dessa jornada!
Marco P. Santos
Já começa com um toque de ansiedade e medo
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Marco P. Santos
Vêm investigar um caso
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Marco P. Santos
E que animal seria esse?
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Marco P. Santos
Esse caso deixou o Carlos nervoso demais. Saberá ele de algo sobre isso?
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Ana Júlia Victória Silva Melo
Esse capítulo está bem tenso,mas tô ficando super curiosa
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Ana Júlia Victória Silva Melo
Esses momentos tensos deixam qualquer um fora de si,entendo o Carlos
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Ana Júlia Victória Silva Melo
Essa mania de roer as unhas é tão real,momentos tensos fazem a gente procurar alivios rapidos
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